"As pessoas tiram dos livros a ideia de que, se casarem com a pessoa certa,
continuarão 'apaixonadas' a vida toda. O resultado é que, quando acham que não
estão mais apaixonadas, concluem que cometeram um erro e podem mudar - sem
perceber que, quando mudarem, o glamour do novo amor acabará se perdendo
da mesma forma que desapareceu o antigo. Nessa área da vida, como em qualquer
outra, a emoção vem no começo e não perdura. A emoção que um garoto sente com a
ideia de voar pela primeira vez não durará quando ele já estiver na Força Aérea
aprendendo a voar. O encanto que sentimos quando vemos um lugar bonito pela
primeira vez esmorece quando passamos a morar lá.
Outra ideia que tiramos
das novelas e do cinema é que 'apaixonar-se' é algo irresistível; algo que a
gente simplesmente 'pega' como sarampo. E, por acreditarem nisso, muitas pessoas
casadas logo desistem quando se veem atraídas por um novo parceiro. Porém, estou
inclinado a acreditar que essas paixões irresistíveis são mais raras na vida
real do que nos livros, pelo menos quando se é adulto. Quando encontramos uma
pessoa bonita, inteligente e simpática, é claro que, em certo sentido, amamos,
admiramos e louvamos essas boas qualidades. Mas será que não é uma questão de
escolha deixar esse amor virar ou não o que chamamos de 'estar apaixonado'? Não
há dúvida de que, se a nossa mente estiver cheia de novelas, peças e músicas
sentimentais, e o nosso corpo saturado de álcool, acabaremos achando que todo
tipo de amor que sentimos por alguém é aquele; da mesma forma que, se
houver uma vala em seu caminho, toda a água da chuva correrá por essa vala, e se
você usar óculos com lentes azuis, verá tudo azul.
No entanto, será tudo
culpa sua."
- Trecho do livro: Cristianismo Puro e Simples, de C.S.Lewis.
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